quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Os perigos da carambola




Carambola, uma fruta tropical que é uma delícia! Mas um estudo da USP alerta: ela é um veneno para quem sofre dos rins!
Na Europa, ela é chique: está presente nos pratos dos melhores restaurantes. No Brasil, cresce de norte a sul. O clima tropical ajuda a dar frutos grandes e bonitos.
Um produtor no interior de São Paulo tem mil pés na fazenda e colhe 300 toneladas de carambolas por ano. O consumo cresce em mordidas, sucos e até doces. Mas pesquisadores da USP, de Ribeirão Preto, acabam de identificar na carambola uma toxina mortal para quem tem insuficiência renal.
A descoberta foi feita pelo doutor Miguel Moisés. Ele percebeu que pacientes do Hospital das Clínicas passaram mal, logo depois de comer carambola.
"Eu tinha ingerido três unidades da fruta e depois de mais ou menos uns quarenta minutos, começou uma crise de soluços acompanhada de vômitos", lembra o instrutor de autoescola Adilson Ortolan.
Outros sete pacientes tiveram intoxicação mais forte e morreram. No Departamento de Bioquímica a toxina foi isolada. "E uma pessoa, por exemplo, que tem uma lesão renal, e esse processo de filtração do rim foi eliminado. O que acontece? Ele come a toxina, ela é digerida, passa pelo sangue e não é eliminada. Começa então a ser distribuída e atinge o sistema nervoso central, provocando convulsão, levando a um processo que nós chamamos de mal epilético, que acaba levando à morte", explica o professor da Faculdade de Medicina da USP Joaquim Coutinho.
"Soluços que não param o tempo todo. Então, esta é uma pista que o médico pode ter e se o paciente chegar com este sintoma e apresentar um quadro neurológico grave, como convulsão ou coma, ele pode ser tratado adequadamente e a tempo, com hemodiálise", ensina Miguel Moyses, professor da Faculdade de Medicina da USP.
Para todas as outras pessoas, a carambola faz bem: é rica em vitaminas e é um ótimo antioxidante, que combate o envelhecimento precoce, além de ser uma delícia. "É muito bom! Recomendo para todas as pessoas que não têm insuficiência renal. Podem comer a fruta sem problema nenhum", tranquiliza Joaquim Coutinho.




Nativa da Ásia, a carambola chegou ao Brasil há pelo menos dois séculos.

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