Entre os resultados, se destacam os transplantes de medula óssea e de
córneas
No ano passado, segundo os dados da Central de Transplantes
do Estado, da Secretaria Estadual da Saúde, o Rio Grande do Sul apresentou um
crescimento de 20,8% no número de transplantes. Foram computados 1.737 órgãos e
tecidos (córnea e medula) transplantados, 299 a mais do que em 2010.
"Vivemos um momento bom de crescimento, que tem se sustentado nos últimos
dois anos", afirma a coordenadora da Central de Transplantes, Rosana
Nothen.
Entre os resultados, ela destaca os transplantes de medula
óssea e de córneas. No caso da medula, o número de transplantes realizados
subiu 35%. Foram 155 procedimentos em 2011, 40 a mais do que no ano anterior.
Em relação às córneas, o percentual foi de 21%.
A coordenadora atribui o crescimento nos transplantes de
medula óssea à melhoria da capacidade instalada da rede pública, com aumento do
número de leitos e de pessoal especializado no Hospital de Clínicas de Porto
Alegre. A inclusão do transplante de medula óssea no rol da Agência Nacional de
Saúde Suplementar também é apontado como um fator que possibilitou esse
crescimento de 35%. "A medida foi importante pois proporcionou a
desoneração de alguns leitos de SUS e, por consequência, possibilitou um maior
número de procedimentos", explica Rosana.
Os transplantes de córneas subiram de 757 em 2010 para 918
no ano passado, apesar da estabilização do número de doadores. O aumento está
relacionado à otimização na distribuição dos tecidos, o que proporcionou um
maior aproveitamento das córneas processadas.
O número de notificações de potenciais doadores e de doadores efetivos de
órgãos aumentou, respectivamente, 16 e 19%. São os indicadores mais importantes
em relação à qualidade do processo de doação-transplante. Embora ainda existam
dados oficiais do Ministério da Saúde, o RS deve permanecer em 5º lugar no
ranking nacional, posição que ocupava em setembro do ano passado, já que outros
estados também cresceram.
Fruto de parceria entre os governos federal e estadual, em
2011 a Central de Transplantes do Estado também passou a contar com o suporte
de estruturas descentralizadas, as chamadas Organizações de Procura de Órgãos
(OPOs). São seis unidades já implantadas em hospitais gaúchos, que em 2012
contarão com o reforço de uma sétima unidade, totalmente financiada pelo Estado
. Elas têm cobertura regional, sendo três atuando na Grande Porto Alegre, além
de Lajeado, Passo Fundo, Rio Grande e em breve no município de Caxias do
Sul.
Cada uma tem sob sua responsabilidade o apoio aos hospitais de sua região, onde
as equipes formadas por médicos intensivistas e enfermeiros auxiliam na
identificação de possíveis doadores e na viabilização de exames, como a
confirmação de morte encefálica no doador, e aqueles necessários à segurança do
receptor. Com a implantação das OPOs, entre outras ações, a logística para a
concretização dos transplantes apresentou uma sensível melhora, refletida nos
números de 2011, e com tendência de crescimento ainda maior neste ano de
2012.
Segundo Rosana Nothen, também foi registrado um aumento de quase 20% no número
de transplantes realizados com órgãos vindos de outros estados, o que traduz a
excelência de nossas equipes, com capacidade de realizar transplantes mais
complexos.
A Central de Transplantes também reconhece a importância fundamental da
sociedade civil organizada e da mídia em várias ações de sensibilização da
população e dos profissionais de saúde para a necessidade de viabilizarmos mais
doadores, além da inestimável colaboração das Coordenações Intra Hospitalares
de Procura e Doação de Órgãos e Tecidos, as CIHDOTTs. "Nossas listas
permanecem com milhares de pacientes, que chegam em maior número do que
conseguimos transplantá-los", diz Rosana.
"Buscamos alternativas para oferecer melhores condições a quem trabalha na
identificação de doadores e busca de órgãos e tecidos. Temos um enorme
potencial para equacionarmos melhor a demanda de transplantes se trabalharmos
com o apoio de hospitais e profissionais de saúde", relata a coordenadora
da Central de Transplantes. Segundo Rosana, a tradição da população gaúcha
demonstra que, quando solicitada, ela responde ao apelo de demandas sociais
justas. Nosso sistema de transplantes é um patrimônio nacional, e cabe a toda sociedade
defendê-lo", finaliza a coordenadora da Central de Transplantes.
Relação de transplantes realizados em 2011:
- Rim ( doadores cadáveres) - 392
- Rim ( doadores vivos) - 93
- Fígado ( doadores cadáveres) - 121
- Fígado ( doadores vivos) - 4
- Coração - 11
- Pulmão - ( doadores cadáveres) - 40
- Pulmão- (doadores vivos) - 2
- Pâncreas - 1
- Córneas- 918
- Medula óssea - 155
Total - 1.737
Autora: Andréa de Menezes
Fonte: Secretaria de Saúde - RS