Incansáveis buscas para entrar em forma têm trazido
prejuízos à saúde. Alguns frequentadores de academias optam pela suplementação
para terem respostas mais efetivas. A verdade é que mesmo usando substâncias
lícitas e de forte apelo popular entre as academias, os usuários podem estar
progressivamente danificando os sistemas do organismo, e um dos principais prejudicados
podem ser os rins.
Segundo o presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia, João
José Andreuchetti de Freitas, não são só os esteroides e anabolizantes que
fazem mal à saúde. Há também opções menos agressivas que, usadas a longo prazo,
sobrecarregam os rins.
- A creatina, base da maioria dos suplementos, dificulta o
diagnóstico do mau funcionamento dos rins. A substância aumenta a creatinina
presente no sangue e pode acusar um diagnóstico falso. A pessoa que toma
creatina pode ter níveis elevados da substância na corrente circulatória, não
por disfunção renal, e sim pelo aporte da substância - afirmou o médico.
A creatinina é eliminada pelos rins quando o sistema
desempenha suas funções com efetividade. Se os níveis da substância sobem, são
facilmente identificados como problemas renais. O uso da creatina pode alterar
esses índices e apontar resultados equivocados, além de causar agravamento de
problemas renais que o usuário possa ter.
- Quando a creatina é ingerida em alta quantidade, pode causar
nefrite intersticial aguda, e ainda pode levar a doença renal mais grave. Porém
essa droga não é proibida, o grande perigo é quando alguém com alguma doença
hepática faz uso de um medicamento como esse, que traz as complicações mais
sérias à doença - alertou Freitas.
O uso dos suplementos a base de creatina devem ser feitos
com parcimônia. É importante que haja uma avaliação anterior ao uso e se
mantenha o acompanhamento. Pois a substância não é uma droga que possa indicada
e monitorada por um profissional de fisioterapia ou educação física, é
necessário exames para descartar complicações hepáticas já existentes e manter
equilibradas as demais funções do organismo.
Presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia, João José Andreuchetti de Freitas
Fonte:sgn.org.br